De repente... de volta!

Dois anos e meio se passaram e uau, quanta coisa mudou, quanta coisa continua igual. E hey o Blogger salvou minha senha e eu pude logar novamente! 
Reler coisas do passado é uma viagem tão legal. Enche a gente de pensamentos. De vontades. De conclusões.
Hoje eu conclui que preciso voltar a escrever aqui.
Em era de facebook e twiter, nada mais eu que escrever no meu blog velho.
Voltei.
Me aguardem.


De repente... Criança!

Esse Dia da Criança foi especial.

Eu adoro presentear meus filhos, principalmente em momentos inesperados. Gosto de ver a carinha curiosa, surpresa e satisfeita deles. Dar presente só porque "é dia da Criança e ponto final" não cola.

Por isso mesmo eu já tinha decidido: esse ano não haveria presentes. E não é rebeldia. Não minha. Eles. E principalmente o Henrique. Não mereciam e ponto final. Sabe aquelas crianças mal-criadas, que berram, esperneam e rolam no chão do supermercado só porque foram contrariadas? Criança que joga brinquedo no chão e pisa em cima só porque alguém está dizendo "não faça isso"? Criança que não escova os dentes nem com banda de música? Que não quer trocar a roupa de manhã e quase faz você levá-lo pra escola de pijama só pra não chegar atrasado no trabalha mais uma vez? Então, esse é o Gabriel, muitas vezes. E o Henrique, todos os dias.

Por isso eu havia decidido.

Mas como tudo na vida familiar, nada pode ser decidido só por um. E o pai tem coração mole. O pai queria encher a gurizada de presentes, só pra ver eles sorrirem. E depois, quando a coisa enfeiar e a vontade for só chorar?!?

Foi motivo de briga.

Mas foi então que algo sublime aconteceu.

Na sexta-feira, dia 12 de outubro, o tal Dia da Criança, Henrique acordou que foi um anjo. Safado, sem vergonha, se não tivesse só 2 anos de idade, eu diria que foi de propósito! Então eu tive que repensar minha escolha. Fomos almoçar no shopping e demos uma passadinha na loja de brinquedos. Expliquei pra eles que como os dois estavam muito comportados, cada um poderia escolher um brinquedo. A alegria tomou conta daqueles corpinhos, que corriam pela loja e a cada novidade avistada era um grito "escolhi esse", "não, quero esse", "não, aquele!"... Foi aí que tive uma idéia. Chamei o Henrique e perguntei o que ele achava de deixar o bico ali na loja em troca de dois brinquedos. E para minha surpresa, ele pensou, pensou, pensou e aceitou. Na hora eu e o pai ficamos meio incrédulos, mas resolvemos investir na idéia. Ali mesmo, uma idéia improvisada, de repente tomou um rumo inesperado.

Henrique tirou o bico da boca, largou num canto, agarrou seus brinquedos novos e foi embora feliz. E nós também.

Há dois anos atrás foi o Gabriel. No natal. Largou o bico e nunca mais falou no assunto. Com o Henrique sabíamos que não seria tão fácil, talvez por isso nunca tivéssemos investido pra valer na questão. Assim, de supetão, parece que foi menos traumático para todos. Mais tarde, quando o soninho bateu, ele sentiu falta e pediu. E isso se repetiu no dia seguinte. Mas sem grandes escandâlos, apenas um pedido tímido e sem esperança.

Quando reforçamos a idéia de que "agora ele não é mais bebê, é uma criança", o orgulho brilhava nos olhinhos e logo o bico ficava esquecido.

Três dias depois, podemos dizer aliviados que valeu a pena.

Mais uma etapa vencida, mais uma fase pela frente.




De volta ao presente

Eu não quero que as pessoas me interpretem mal. Eu espero que um dia eu consiga externar tudo que vive aqui dentro de mim. E que isso seja bom. Mas caso eu não consiga, que fique um pouco aqui registrado. Por isso estou de volta.

Nas últimas semanas coisas aconteceram, coisas mudaram, coisas urgem por mudanças.

Uma pessoa me disse que conversar é bom. Desabafar é necessário. Aliviar é um benefício. Mas como? Onde? Quem? Não é assim tão fácil. Então, támbém por este conselho, estou de volta.

Hoje zapeando na TV, encontrei um filme no Telecine Cult. Obrigada Sky por abrir os canais aos clientes do basicão. Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Como o próprio nome diz, brilhante. Tantas vezes já vi esse filme, mas sempre descubro algo novo. E hoje o que descobri foi o seguinte: eu estou viva. E esquecer nem sempre é bom. Há coisas passadas, nem tão longe assim, que não podem ser esquecidas. Eu não posso esquecer de mim mesma! Eu preciso me achar novamente.
 
- This is it, Joel… It’s gonna be gone soon.
- I know.
- What do we do?
- Enjoy it.

2012

É isso. 2011 passou e eu não registrei nada. Nada.
Se parar para pensar, o que eu fiz em 2011? De bom? de Ruim? O que eu fiz at all? Nada. Talvez seja isso.

2011 foi um ano dedicado ao TRABALHO. Eu dei duro, me enfiei de cabeça, consegui uma promoção que parecia algo muito distante. Trabalho ($$$$) é a base de tudo. Mas no fundo, isso significa: NADA. Quanta coisa eu deixei de fazer em 2011 por causa do trabalho? As coisas não feitas encheriam uma página. Assim como as reclamações e lamentações que poderiam seguir agora. Mas não.

2011 foi nada e ponto final. Agora é 12.

...

A última vez que passei por aqui  falei em mudança...

Mas a verdade e' que a última grande mudança aconteceu justamente aqui dentro de mim. E e' isso que impede todo o resto.

Isso. Eu.

Euisso.

Eutudo.

Eunada.

Mudei o cabelo. Mudei as roupas. O setor onde trabalho, mudei. Mudei de médico, medicamentos e tratamentos. Mudei. Mas continuei... igual.

2011 vem aí

2010 definitivamente não foi o melhor ano da minha vida. Eu poderia ficar aqui me lamentando, enumerando defeitos, fazendo resoluções, buscando respostas... que jamais existirão. Mas não! Hoje, dia 31 de dezembro, eu só vou dizer uma coisa: MUDANÇA.

E o resto, deixo ela falar por mim:

" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante

que a velocidade.


Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.


Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.


Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.


Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.


Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.


Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.


Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.


Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.


Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.


Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.


Tente.


Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.


Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.


Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.


Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.


Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.


Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.


Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.


Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.


Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.


E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.


Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.


Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.


O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !


Repito por pura alegria de viver:

a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena! "

- Clarice Lispector.

Henrique 1 aninho

Escrevi sobre o Natal e atropelei uma data importante que veio antes:
o 1º aniversário do Henrique!

Nosso caçulinha está crescendo... E todo parente/amigo/estranho me diz "aproveita que passa voando!" Pois é, isso eu já sei. E, em certos momentos eu quero mais é que voe mesmo!!

Já passei por isso, então posso dizer com mais convicção ainda: pra mim, essa fase é a pior. Quando o bebê engatinha e já fica em pé, mas ainda não caminha... Treina os primeiros passos e insiste em fazer isso nos piores lugares possíveis, tipo na beira duma escada, ao lado de uma quina ou em cima do sofá. E aí a super mãe tem que estar lá, sempre atenta, sempre a postos, sempre sempre. Depois, quando eles caminham sozinhos, comem sozinhos e às vezes até guardam a bagunça sozinhos, tudo fica mais fácil. Sobra mais tempo pra viver. Sim, eu estou cansada.

Mas no fundo também estou feliz. Henrique é mil vezes mais ativo que o irmão, faz muito mais bagunça, sujeira e arte! É super risonho, simpático e já demostra uma personalidade bem forte. Quando contrariado, chora pra valer. Ele chora muito mais de furioso do que de qualquer outra coisa. Se tirar o brinquedo da mão dele, por exemplo, ele vai chorar muito mais do que se tivesse caído de cabeça no chão!! Será que puxou a mãe?

7 dentinhos! o sorriso está ficando diferente. Adora comer, de tudo. Enfia a mão na boca, tira a comida pra dar uma olhadinha e depois coloca de volta. Na hora de dormir, gosta de ficar um pouco no colinho e tem o sono um pouco leve. É calorento, muito! Amaaa um ar condicionado. Música é outra paixão. Seja qual for, ele já sai se balançando e batendo palminha sem parar. Só tem uma coisa que ele ama mais do que tudo isso: o irmão Gabriel. Vive correndo (ou nesse caso, engatinhando) atrás dele. E puxa os cabelos, e bate na cara e ri sem parar! Cai na gargalhada quando o Gabi faz gracinhas pra ele.

Eu ainda não descobri nada mais lindo que esse amor fraternal. É essa interação espontânea, sincera e inspiradora entre os dois que me dá forças para continuar.
 
Que venham mais 1, 2, 3... vários anos.