Ficando independenteS

Fazem alguns dias que o Henrique comçou a dormir até as 6h da manhã DIRETO.
E isso me deu coragem pra tomar uma decisão: mandei ele pro quarto do Gabriel!!! Agora os maninhos dormem juntos e mamãe e papai voltam a ter privacidade, obaaaa!

Ontem foi a primeira noite assim e por enquanto tudo em ordem. Gabriel dormiu feito um anjo, como sempre, e Henrique foi das 23h às 6:10 sem dar um piu!!!! Acordou, mamou e tá dormindo até agora (8:50).

Eles crescem né?
Parece que foi ontem que eles nasceram:

Orfã

Hoje eu vou deixar de falar sobre ser mãe e vou falar sobre ser filha.

Quando era criança, meus pais me ensinaram a dizer "bom dia", "muito obrigado", "por favor". Me ensinaram a esperar minha vez e a ouvir mais do que falar. Aprendi a respeitar os mais velhos e a não maltratar os animais. Entendi a diferença entre o certo e o errado da mesma forma que a "direita" e a "esquerda": errando. Meus pais Me ensinaram a olhar pros dois lados antes de atravessar a rua. Não apontar para as pessoas. Não falar de boca cheia. Não interromper quem está falando. Aprendi que a mesada tem que durar um mês. Papel de bala vai no lixo, não no chão. E bala só depois do almoço. Aprendi a amarrar o tênis, a andar de bicicleta e a escrever meu nome. Aprendi matemática, física e biologia. Meu pai me ensinou a dirigir. Minha mãe me ensinou a sonhar. Entendi que a faculdade é coisa séria. Meus pais me ensinaram que o trabalho enobrece o homem. Amizades não são eternas, mas a família sim. Inveja e preconceito são sentimentos desprezíveis.

Meus pais me ensinaram que há coisas que a gente só aprende depois que vira mãe ou pai. O que eles não me disseram é que essa parte eu teria que aprender sozinha.

Sabe aquele dia em que a gente acorda querendo um colinho, se sentindo muito mais filha do que mãe?

Minha vontade era voltar a ser filha... eu quero a minha mãe.










.

A crise dos 3 meses - o retorno

É incrível como a gente esquece fácil das coisas. Ainda outro dia o marido comentava como o Gabriel, nosso primeiro filho, era mais tranquilo que o Henrique. Dizia que ele praticamente nunca chorava... Ah é?? Pois além da memória curta, tem outro detalhezinho: quem passava as tardes com o bebê em casa era EU e não ele. E pra confirmar isso, eu tenho meus registros no blog antigo (que não consigo mais acessar por um problema de senha). Relendo esse post eu vejo que hoje a cena toda se repete. O Henrique completou 3 meses na semana passada, já não tem mais cólicas, fica um certo tempo acordado, observando tudo e ri muito. É saudável, simpático, tranquilo. Mas quando resolver aloprar, ele alopra messsssmo. E é igualzinho o Gabriel fazia, um choro aparentemente sem motivo nenhum. Não é fome, não é dor, nem calor nem frio. É um choro e só. Ele berra até cansar (ele e nós) e depois dorme. Vai entender?!

Pelo menos agora eu sei que é passageiro e que no fim, provavelmente, todos sobreviverão. Ser mãe de segunda viagem tem seus benefícios.

Aí está o gurizão. 3 meses, 5.600g e 59cm.



 
 
 
 
 
.

Do virtual para o real

Em 2007, quando eu engravidei pela primeira vez, foi um susto e eu me senti completamente perdida e sozinha. Fui procurar "companhia" no orkut. E achei! Numa simpática comunidade chamada Bebês Junho e Julho 2008 (que mais tarde passou a se chamar "Bebês MAIO Junho e Julho 2008", devido aos apressadinhos), foi lá que encontrei pessoas na mesma situação que eu, pessoas que poderiam me entender. Com o passar do tempo, percebi que na verdade era muito mais do isso. Já são mais de 2 anos compartilhando histórias e sentimentos com essas pessoas, e hoje posso dizer que muitas delas são minhas amigas.

Porque uma coisa é certa: depois que a gente vira mãe, só uma outra mãe pra nos aturar. É difícil, muito difícil, manter os antigos amigos com a mesma energia. Os assuntos são outros, as prioridades são outras, é tudo diferente. E quando esses amigos são colegas de faculdade ou companheiros de balada, aí sim, pode esquecer. No início eles vão se mostrar interessados e preocupados, podem até te procurar uma vez ou outra. Visitinha pra conhecer o novo bebê, conversinhas esporádicas... e aos poucos vão se distanciando. Quem passa as madrugadas de sábado dançando freneticamente com uma garrafa na mão não quer saber de quem passa as madrugadas de sábado com um bebê no colo. Olheiras de ressaca não combinam com olheiras de maternidade.

Então resta a conformação. A gente perde alguns amigos, mas ganha outros. Pessoas que sabem argumentar sobre a qualidade do leite, que entendem a diferença entre a Pampers vermelha e a Total Confort e que sempre carregam bolachas e suco na bolsa. E com essas pessoas a gente pode fazer um pic nic no parque, rodeados de brinquedos, falando bobagem e rindo a toa.  Eles não vão te achar um anormal se precisar trocar uma fralda em local público, nem se tirar um teta pra fora porque o bebê está com fome.

E o que era pra ser uma coisa boba de internet, se tornou isso. Nosso grupinho saiu do virtual e está aí. Nossos orkontros acontecem desde 2008 e quando nossos filhos crescerem, se rebelarem e ganharem o mundo, certamente restará algo de muito bom dessa amizade que nos fará seguir o caminho sem eles.


Se um já bagunça, imaginem DOIS...

No último fim de semana nosso programa foi em casa. Longe dos tiroteios, da poluição, dos vendedores ambulantes, das tentações gastronômicas. Enfim, na paz e tranquilidade do nosso lar doce lar.... Ou nem tanto.

Recebemos aqui uma amiguinha do Gabi, da escola. Meu filho tem 1 ano e 9 meses e talvez esse seja o primeiro amor da vida dele! É "Isabéia" pra cá, "Isabéia" pra lá o dia todo. Pois então "Isabéia" veio AQUI. E conheceu seu quarto. E brincou com seus brinquedos. E dividiram o copo de suco. Compartilharam chupetas, paninhos, babas. E muito amor. Ah, como é lindo o sincero e inocente amor infantil. E que bagunça.

Se meu filho sozinho já faz uma zona, imagina acompanhado. E aí eu fiquei pensando no que me espera daqui uns meses, quando essa zona não será apenas nos finais de semana quando recebermos algum amiguinho, mas sim todos os dias. Gabriel e Henrique full time!

Mas posso dizer? Adoro.






 

.

Sou viciada e dependente...

...do COMPUTADOR!!!!!!

Foi uma semana inteirinha formatando e reinstalando Windows nessa porcaria de computador. Mas eu não me entreguei!!! Levar na assistência técnica? Pra eles cobrarem uma fortuna e o pior: pra eles me deixaram 4 dias isolada do mundo, sem o meu computador???? Não, obrigada. Prefiro eu mesma resolver o problema, mesmo que eu não faça a mínima idéia de que problema seja. =)

O importante é que parece que deu certo.

Estou de volta.








.

A nossa vida não vale nada

Basta um imbecil com uma arma da mão e tá tudo acabado.

Ontem fez um dia lindo, ensolarado e não muito quente. Perfeito para um passeio no parque. Juntamos a família e fomos. Mas nosso pic-nic foi interrompido a bala!!! Isso mesmo, tiros. Eu nunca tinha presenciado uma coisa dessas e devo dizer que foi mais terrível do que eu jamais poderia imaginar.

Ali, bem pertinho de onde estávamos, um cara com uma arma na mão disparava enlouquecidamente, enquanto todo mundo se jogava no chão e chorava!!! O Fred abraçou o Gabriel e os dois deitaram no chão, enquanto isso eu voei e arranquei o Henrique do carrinho, ainda sem entender o que tava acontecendo. Vi aquela gente toda deitadinha no gramado e só o cidadão parado apontando a arma quase na nossa direção. Ele ainda deu uns dois tiros num outro antes de sair correndo. Então todos levantaram e se mandaram dali!! Na verdade nem todos. Uns ficaram no chão.

Depois eu soube que houveram 5 feridos, um em estado muito grave com uma bala na cabeça. Soube também que tudo foi uma briga entre duas gangues. Eles marcaram o encontro pelo orkut e segundo testemunhas isso já aconteceu mais vezes, o que ninguém esperava era que um dos imbecis estivesse armado. 

Eu não consigo parar de pensar que uma dessas balas perdidas podia ter atingido um dos meus filhos. A nossa vida não vale absolutamente nada pra essa gente. Com uma arma na mão eles fazem o que bem entendem.

Esse foi o registro do nosso passeio. Ali atrás, naquelas árvores, foi onde tudo aconteceu: